Pensamento do dia:

"O conhecimento leva as pessoas a lugares inimagináveis".




terça-feira, 18 de maio de 2010

Como primeiro post eu colocarei um conto de minha autoria. Espero que gostem!





“O Segredo de Buriel”




 Igrejas depois da meia noite me assustam, uma em particular me dá arrepios só de olhar para ela e lembrar o que aconteceu.
 Não faz muito tempo desde que comecei a ouvir dentro desta igreja a palavra “Buriel” sendo pronunciada repetidamente após a meia noite. Comecei a prestar mais atenção a cada dia que passava e percebi que após a pronúncia daquela palavra, havia um silêncio absoluto por algum tempo e logo em seguida sete badaladas do sino da igreja que não tinham qualquer ligação com o horário.
 Decidi, em uma dessas noites, ir ver o que acontecia dentro desta igreja; me vesti com uma túnica branca, que era o que todos que entravam na igreja vestiam, e entrei com uma desconfiada facilidade. Tomei meu lugar e esperei para ver o que acontecia.
 A igreja era um tanto quanto diferente das outras, não havia luzes, apenas velas, os bancos seguiam o formato circular da igreja e ao centro havia uma espécie de altar, vazio, exceto por uma pessoa com a roupa e o capuz pretos.
 Era por volta de meia noite quando os fieis aclamavam fervorosamente aquela palavra: “Buriel”.
 Depois de alguns minutos uma luz invade a igreja e vai em direção ao meio do altar, bem a frente da pessoa vestida com a roupa preta.
 As pessoas ali presentes pararam de aclamar aquele nome, como se aquilo que elas tivessem chamando finalmente tivesse chegado.
 A luz fica cada vez mais intensa, quase cegando todos ali presentes, mas abri bem os olhos e daquela luz no centro do altar vi algo parecido com um anjo; a pessoa ajoelhou-se perante a entidade e pronunciou as seguintes palavras: “purga-me, e arrasta-me para o absolvimento eterno!”.
 O anjo se aproxima da pessoa e crava uma estaca imaterial de brilho prateado no peito dela; soa o sino e um homem que parecia ser o padre grita: “Avareza!”.
 Mais outra estaca é cravada, o sangue começa a escorrer pelo corpo do condenado, o sino soa e o padre grita mais uma vez: “Luxúria!”.
 Outra estaca, outra badalada: “Gula!”.
 E assim o ciclo termina com a sétima estaca, a sétima badalada e o sétimo pecado.
     

 “A purificação está completa!” – diz o padre – a pessoa se torna energia pura e some juntamente com o anjo, a luz, e as pessoas. Olho ao redor e me vejo sozinho naquela igreja e curiosamente com uma roupa preta com capuz.


                                                               
                                 Autor: Kallil M. Puccini.

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